Vigilante - Desabafo I, II e III

Desabafo I

Tudo começou com um amor dito antigo
Separação precoce, deixou duas vidas sem sentido
O papel perdido, veio impor a esperança
Encontro marcado sem qualquer desconfiança
O atraso sucedeu para apertar meu coração
Desabar de emoção, no relógio da lentidão
Relógio passou, até que a hora chegou
Os amigos deixou, movido por quem o chamou
Chagado ao local, o confronto foi frontal
10 segundos sem rumo, sem coordenada posicional
Ela era a mesma que outrora me levou
guardou meu coração, e só agora o libertou
Coincidência ou não, o ambiente aquecia
Na rua, ela beijava a minha face fria
Eu proseguia sentindo seu beijo apaixonado
Como retorno do passado, agora lembrado
Abandonamos a luz, seguimos a escuridão
o suor escorria á medida que ela passava a mão
A roupa caía, e o ambiente aquecia
apesar da noite fria, só o suor escorria
Só o gemer se sentia, gemer de prazer
apogeu de sentimentos no acto de conceber
Descobri sua imagem, que mais ninguém viu
e ela sentiu o prazer que mais ninguém sentiu
Agora será que o futuro nos irá sorrir?
Será que vais ficar? Ou novamente partir?
Não sei, mas este momento valeu por tudo o resto
Deveria agora ter saudade, mas não, sinto o inverso...

Desabafo II

Sei que parece estranho mais sonhei contigo
Senti-te, beijei-te e ficamos assim, juntos num sonho sem fim
Tive o passado na mão, como se fosse algo material
Como corpóreo e vivo, algo que pudesse guardar, só para mim e não entregar
Agora que fostes, penso, que tenho eu?
Que posso eu fazer se és apenas minha em sonhos?

Desabafo III

Mais uma vez invadis-te o meu sonho,
mas desta vez, não foi igual a todos as outras, aquelas em que chegas mansinho,
Esta foi diferente, porque senti a tua chegada, senti o teu beijo, como se da despedida se tratasse,
Já não sei que fazer, não sei que dizer, se o teu sorriso, me faz ver aquilo que quero ver,
Perdido na realidade só posso esperar, que a vida seja um sonho e nunca mais acordar.
Que me perca nos teus braços, como um navio na água
Que sinta teu corpo, que sinta teu beijo e me deixe levar, num sonho que para mim, pode nunca acabar!